A tendência geral para a segmentação dos mercados, nos últimos anos, favoreceu o aparecimento de um novo perfil de turista, mais atraído pelas especificidades e sectores concretos dos locais de destino.
Assim, surge um sem fim de modalidades turísticas, tais como, o enoturismo, o turismo idiomático, o slow tourism, o birdwatching, entre outros, e também o turismo criativo.
O turista criativo é tendencialmente exigente, sendo que, a singularidade das experiências propostas determinará em larga escala a eleição do seu destino.
O crescente aumento de interesse dos turistas nesta nova forma de descobrir uma cultura interessa particularmente aos responsáveis pelo desenvolvimento territorial.
Os operadores locais, sensíveis à possibilidade de atrair um turismo de qualidade, darão relevo ao património imaterial organizando workshops de artesanato, cursos de cozinha tradicional portuguesa,…) e otimizando o uso das infraestruturas existentes (mediante, por exemplo, o aluguer de salas e auditórios).
• Há mais de uma década que algumas práticas rurais têm sido utilizadas pelo turismo nos seus programas como as vindimas e lagaradas no Douro e as desfolhadas no Minho e são, no fundo, atividades precursoras do Turismo Criativo.
• Mais recentemente, algumas microempresas têm desenvolvido de forma tímida e sem qualquer tipo de apoio, outras atividades de turismo criativo como algumas ligadas ao ouro, à olaria, à pastorícia e ao contrabando, só para dar alguns exemplos.
Hoje em dia, com a tendência crescente na procura de opções turísticas ricas em conteúdos e tempo para desfrutar do destino, a fuga ao turismo em massa abre portas a todo um mundo novo de ofertas.
Desta forma, a APTS - Associação Portuguesa de Turismo Sustentável pretende ajudar a desenvolver e a promover atividades e experiências únicas de cada região ou de cada Município, que transmitam aos participantes as tradições locais e a cultura de Portugal.
Cada iniciativa deve ser genuína e pensada para dar a conhecer a cultura, a história, a gastronomia e as atividades, e também os produtos endógenos de cada local.
Cada Município é essencial para contribuir para o aparecimento de programas turísticos distintos, que convidem os turistas a usufruir do património imaterial do país, que criem vantagem económica nas regiões mais singulares e sobretudo que fomentem o turismo sustentável.
É um turismo que oferece aos visitantes oportunidade de desenvolver o seu potencial criativo através da participação ativa em cursos e experiências de aprendizagem, que são características do destino de férias.
O interesse por esta nova forma de viajar cresceu muito rapidamente nos últimos anos. Os turistas tornam-se “viajantes” que querem ir além das excursões tradicionais e compartilhar experiências únicas com os habitantes locais.
Isso provoca uma mudança de paradigma, pois força a indústria do turismo a colaborar com atores locais das mais diversas áreas de atividade: agricultores, artistas, artesãos, gestores culturais, reformados, etc.
Esta rutura é acompanhada por novos desafios que o turismo criativo pode ajudar a transformar em novas oportunidades, incluindo:
- A diversidade da oferta turística através da otimização dos recursos existentes;
- A atratividade do turismo de qualidade e fora de época;
- Uma melhor distribuição geográfica;
- O empoderamento das comunidades locais;
- Preservação e transmissão do património imaterial;
- Coesão social através da co-criação de experiências e de uma narrativa comum;
- Sustentabilidade baseada no uso da criatividade como recurso principal;
- A diversificação de recursos financeiros para as estruturas culturais.
O Turismo Criativo é uma nova forma de turismo em que os recursos naturais, culturais e pessoas não são explorados, mas sim valorizados e otimizados, palavras de Jelincic and Zuvela em 2012.
“O turismo criativo pode trazer várias vantagens para pequenas cidades ou povoamentos rurais, ao atrair os visitantes e envolvê-los com o espaço de uma maneira mais "significativa e criativa".
O turismo criativo tem o potencial de atrair visitantes a espaços que, de outra forma, não visitariam ou em que não ficariam por muito tempo, porque aqui são, acima de tudo, atraídos para participar numa atividade criativa.
Apesar de ainda ser demasiado cedo para prever impactos a longo prazo em cada uma das comunidades envolvidas, a investigadora acredita que o turismo criativo poderá gerar novas ideias e pensamento renovado sobre os recursos embutidos nestes locais.
Por natureza, as atividades individuais são de pequena escala, mas um fluxo regular dessas atividades pode ser uma semente para processos de desenvolvimento mais abrangentes".
A APTS - Associação Portuguesa de Turismo Sustentável pretende desenvolver um projeto a que chamará Creative Tourism Portugal com os seguintes objetivos:
- Criar 5 Destinos de Turismo Criativo em Portugal envolvendo outros tantos concelhos, contribuindo assim para desenvolver este nicho de mercado.
- Afirmar no espaço de três anos estes Municípios como líderes do turismo criativo em Portugal.
- Dinamizar, Modernizar, Qualificar a oferta turística local, organizando-a numa rede de cooperação local e regional, integrada numa fileira produtiva.
- Ajudar a organizar e a promover “pacotes turísticos” assentes em redes de cooperação entre agricultores, restauração, hotelaria, artesanato e animação.
- Fazer o levantamento de todos os locais públicos do Município como Museus, Centros de Artes e outros, que permitam a sua utilização para outros fins como workshops, e outras experiências.
- Promover a competitividade, a inovação e a gestão da mudança da região entre o sector primário, o turismo, poder público e comunidade.
- Contribuir para a fixação e atracão de população jovem nas zonas rurais através do aumento da atratividade da atividade agrícola-turística.
- E acima de tudo criar valor aos produtos endógenos na origem.
- Estes Núcleos de Turismo criativo devem ser geridos por Delegações regionais da APTS, isoladamente ou em consórcios estabelecidos localmente, permitindo agilidade de procedimentos e ações rápidas.
- Promover e/ou conduzir ações de formação que juntem os atores tradicionais do turismo, alojamento, restauração, animação turística, agentes de viagem, e outros, com as entidades publicas, e que permitam um melhoramento constante destes novos destinos.
- Calendarizar encontros entre os players dos 5 Municípios envolvidos neste projeto, a realizar em sistema rotativo entre eles, por forma a tomarem consciência da evolução do projeto no todo.
- Faz também parte dos planos deste projeto fazer uma ligação próxima com outros nichos de turismo como o Ecoagroturismo, o Slow Turism e o Turismo de Narureza.
- Educar os futuros players do turismo a criarem produtos economicamente sustentáveis e amigos do ambiente.
- Trabalhar o desenvolvimento do seu produto turístico nesta área, por forma a oferecer aos seus visitantes estadias prologadas, contribuindo assim para o aumento dos rácios de estada média hoteleira por hóspede.
- Por último o Creative Tourism Portugal pretende também disponibilizar este produto em Plataformas Internacionais especialistas em Turismo Criativo, em Turismo Familiar e outras.
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